Explorando O Uso De Cigarros Eletrônicos Entre Universitários: padrões, motivações e impactos na saúde

CENTRO UNIVERSITÁRIO EURO-AMERICANO

CURSO DE MEDICINA

EIXO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA

KELLYM MONISE ESPINDOLA DOS SANTOS PETITINGA

PÂMELA SUELLEN SANTOS DA SILVA

RAYLENE SALES GONÇALVES

RODRIGO RIBEIRO DOS SANTOS

SAMARA MESQUITA DE ARAÚJO

EXPLORANDO O USO DE CIGARROS ELETRÔNICOS ENTRE UNIVERSITÁRIOS:

PADRÕES, MOTIVAÇÕES E IMPACTOS NA SAÚDE

BRASÍLIA- DF, SETEMBRO DE 2023

KELLYM MONISE ESPINDOLA DOS SANTOS PETITINGA

PÂMELA SUELLEN SANTOS DA SILVA

RAYLENE SALES GONÇALVES

RODRIGO RIBEIRO DOS SANTOS

SAMARA MESQUITA DE ARAÚJO

Explorando O Uso De Cigarros Eletrônicos Entre Universitários:

padrões, motivações e impactos na saúde

Projeto de pesquisa apresentado na disciplina de Iniciação Científica, Departamento de Graduação em Medicina, Centro Universitário Euro-Americano.

Orientador:

Brasília, setembro de 2023

SUMÁRIO

INTRODUÇÃO:

Atualmente, vem sendo demonstrado uma queda no uso de tabaco, principalmente por cigarros normais. Em contrapartida, observa-se a introdução de outros produtos nocivos como os dispositivos eletrônicos para fumar (DEF), os quais têm uma adesão maior pelos jovens, principalmente em ambiente acadêmico. O atrativo que os DEF proporcionam em comparação com o cigarro convencional é que aqueles são menos malcheirosos que estes, e por isso parecem, ilusoriamente, serem mais inofensivos aos usuários (BRASIL, 2019). Com isso, é importante saber as principais motivações para o uso dos cigarros eletrônicos entre os universitários, o porque fazem o uso e quais os problemas observados após o início do uso.

Os cigarros eletrônicos, também conhecidos popularmente como vapers, são dispositivos que funcionam por meio da vaporização da nicotina, estes dispositivos são compostos por três componentes principais: uma bateria, um atomizador e um cartucho, a formação desses cartuchos diverge de acordo com as marcas comerciais e normalmente contém nicotina em forma de substâncias líquidas contendo sabores variados, como extratos de frutas, menta, chicletes, café ou chocolate. A diversidade de sabores é um dos fatores que torna os cigarros eletrônicos mais atrativos no meio dos jovens (KNORST et al., 2014).

Apesar dos DEF frequentemente serem considerados uma alternativa mais saudável aos cigarros tradicionais entre os jovens, pela percepção de provocar menor vício ou pela menor quantidade de substâncias químicas prejudiciais à saúde, esse quadro é preocupante, uma vez que revela a desinformação relacionada à segurança desses dispositivos e os seus riscos reais (BARRADAS et al., 2021; HAJEK et al., 2014; SHARMA; MCCAUSLAND; JANCEY, 2021).

Existem efeitos adversos já descritos na literatura que corroboram os impactos negativos do uso desses cigarros entre jovens adultos, incluindo problemas respiratórios tais como broncoconstrição e irritação das vias respiratórias superiores causando tosse e dor de garganta; problemas cardiovasculares como variações na frequência cardíaca e pressão arterial, e disfunção endotelial; e problemas bucais como boca seca, irritação da mucosa e até neoplasias, resultando numa maior predisposição a feridas na boca e gengiva, além da potencial influência sobre a saúde mental que pode estar relacionada à dependência atribuída à nicotina, provocando quadros de ansiedade e estresse sob condições de abstinência principalmente, e que também afeta relacionamentos interpessoais (AMATO et al., 2020; BORGES PIMENTEL; MOURA E SILVA, 2022; HAJEK et al., 2014).

Especialmente entre universitários, caberia destacar que essa população pode ser considerada vulnerável em relação ao uso dos cigarros eletrônicos devido uma combinação de fatores como: maturidade, ambiente e influências sociais, marketing, facilidade de acesso, e precariedade de informação baseadas em evidências (BARRADAS et al., 2021; COSTA BRITO et al., 2023). Assim, torna-se essencial mitigar cada vez mais indagações, críticas e esclarecimento sobre os efeitos desse dispositivo dentro dessa população.

REFERÊNCIAS:

AMATO, L.; CRUCIANI, F.; SOLIMINI, R.; BARCA, A.; PACIFICI, R.; DAVOLI, M.. Effects of electronic cigarettes on health: A systematic review of the available evidence. Recenti Progressi in Medicina, vol. 111, no. 1, p. 30–43, 2020. https://doi.org/10.1701/3294.32651.

BARRADAS, A. da S. M.; SOARES, T. O.; MARINHO, A. B.; SANTOS, R. G. S.; SILVA, L. I. A.. Os riscos do uso do cigarro eletrônico entre os jovens. Global Clinical Research Journal, vol. 1, no. 1, p. e8–e8, 13 Jul. 2021. DOI 10.5935/2763-8847.20210008. Available at: https://globalclinicalresearchj.com/index.php/globclinres/article/view/15.

BORGES PIMENTEL, M.; MOURA E SILVA, Á. D.. Efeitos do uso de cigarros eletrônicos na população adulta jovem: Uma Revisão Integrativa. Recisatec - Revista Científica Saúde E Tecnologia - ISSN 2763-8405, vol. 2, no. 11, p. e211214, 7 Nov. 2022. https://doi.org/10.53612/RECISATEC.V2I11.214.

BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Análise em Saúde e Vigilância de Doenças Não Transmissíveis. Vigitel Brasil 2018: vigilância de fatores de risco e proteção para doenças crônicas por inquérito telefônico. Brasília: Ministério da Saúde, 2019. Disponível em: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/vigitel_brasil_2018_vigilancia_fatores_risco.pdf.

COSTA BRITO, C.; et al. Cigarro eletrônico: percepção do conhecimento de universitários e fatores associados. Conexão Ciência (Online), vol. 18, no. 1, p. 37–50, 17 May 2023. https://doi.org/10.24862/CCO.V18I1.1721.

HAJEK, P.; et al. Electronic cigarettes: review of use, content, safety, effects on smokers and potential for harm and benefit. Addiction (Abingdon, England), vol. 109, no. 11, p. 1801–1810, 1 Nov. 2014. DOI 10.1111/ADD.12659. Available at: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/25078252/.

KNORST, M. M.; et al. The electronic cigarette: the new cigarette of the 21st century?. Jornal Brasileiro de Pneumologia, v. 40, p. 564-572, 2014.

SHARMA, A.; MCCAUSLAND, K.; JANCEY, J.. Adolescent’s Health Perceptions of E-Cigarettes: A Systematic Review. American Journal of Preventive Medicine, vol. 60, no. 5, p. 716–725, 1 May 2021. DOI 10.1016/j.amepre.2020.12.013. Available at: http://www.ajpmonline.org/article/S0749379721000659/fulltext.