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Os riscos e benefícios de antidiabéticos inibidores da SGLT-2 para o tratamento da obesidade

29/06/2022| By
Judi Judi Rocha
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Abstract

A obesidade está associada à diversas complicações fisiológicas e patológicas sendo considerada um dos maiores fatores de risco para diversas patologias não transmissíveis. Portanto, há necessidade imediata de encontrar métodos de tratamento para garantir a saúde da população brasileira. Atualmente, o uso de antidiabéticos com ação na SLGT-2 vem sendo empregado para o tratamento da obesidade, não obstante, a análise dos efeitos colaterais por uso indiscriminado se faz necessário bem como o questionamento dos potenciais riscos e benefícios dos antidiabéticos no tratamento da obesidade.

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OS RISCOS E BENEFÍCIOS DE ANTIDIABÉTICOS INIBIDORES DA SGLT-2 PARA O TRATAMENTO DA OBESIDADE

Joaquim Pereira Brasil Neto 1

Arthur Dutra 2

Gabriela Carolina 2

Judi Rocha 2

Luiza Borges 2

Luiza Moreira 2

Priscila Araújo 2

Priscila Sarmento 2

  1. INTRODUÇÃO

A obesidade é um distúrbio, metabólico heterogêneo com múltiplas causas, associado ao acúmulo de gordura nos tecidos, podendo ser desencadeada por predisposição genética, distúrbio emocional, sedentarismo ou má alimentação dentre outros fatores. (NERES; NETTO; GUSMÃO, 2019)

Segundo a Organização Mundial da Saúde, WHO (2022), sobrepeso e obesidade são definidos como acúmulo excessivo de gordura de modo a apresentar riscos à saúde. O índice de massa corporal - IMC acima de 25, classifica o indivíduo com maior risco para o desenvolvimento de doenças metabólicas e cardiovasculares. A obesidade, segundo os padrões da Organização Mundial de Saúde, pode ser classificada em graus:

I- Sobrepeso, quando o IMC estiver entre 25,0 – 29,9 kg/m2;

II- Obesidade propriamente dita, na qual o IMC estiver entre 30,0 e 39,9 kg/m2, e;

III- Quando o indivíduo apresenta índice de massa corpórea superior a 40 kg/m2.

O mundo enfrenta uma epidemia de obesidade, com crescimento significativo no decorrer de curto espaço de tempo, a qual está associada a diversas complicações fisiológicas e patológicas (WHO, 2022) sendo considerada um dos maiores fatores de risco para diversas patologias não transmissíveis, como a hipertensão arterial, diabetes mellitus (tipo 2) e dislipidemia (NERES; NETTO; GUSMÃO, 2019). Correlaciona-se ainda a obesidade ao aumento da resistência à insulina, intolerância à glicose, hiperuricemia, infecções na vesícula biliar, e alguns tipos de câncer (PI-SUNYER; XAVIER, 1999). Estima-se que todos os anos cerca de 04 milhões de pessoas morrem em razão de causas relacionadas à obesidade (WHO, 2022).

Surge, assim, a premência de encontrar medidas que reduzam os impactos dessa pandemia, que no Brasil, apresenta, em quase todos os estados, mais de 20% de sua população com o IMC superior a 30 kg/m² (VIGITEL, 2020). Portanto, há necessidade imediata de encontrar métodos de tratamento para garantir a saúde da população brasileira.

Por conseguinte, em uma perspectiva medicamentosa o uso de antidiabéticos se torna uma opção, visto que para pacientes pré-diabéticos com 24 de IMC, houve uma redução de incidência de obesidade em 58% se acompanhado com mudanças no estilo de vida, e 31% de redução quando utilizada a metformina (IC = 95%) se comparado aos efeitos do placebo (GROUP, 2002). Este, é um medicamento relativamente antigo e outros meios para coibir o avanço do diabetes foram encontrados. O mecanismo da metformina que possibilita a perda de peso não está completamente elucidado (COLL et al., 2020), o que também é o caso de outros medicamentos dessa classe.

Atualmente antidiabéticos com ação do cotransporte de sódio-glicose 2 (SLGT-2) são empregados em terapias de controle da diabetes, em geral associados à insulina, e seu uso vem crescendo no tratamento da obesidade, apesar de estarem relacionados com eventos adversos tais como a cetoacidose (KIETAIBL et al., 2022). A via de funcionamento de inibidores de SLGT-2 se dá pelo bloqueio da proteína de cotransporte de sódio e de glicose na célula dos túbulos proximais dos néfrons (POULSEN; FENTON; RIEG, 2015). Dessa forma, o corpo passa a utilizar ácidos graxos para a manutenção da homeostasia, que por consequência criará corpos cetônicos na corrente sanguínea, fato que pode ser corroborado pela incidência de cetoacidose em indivíduos que fazem uso de inibidores da SLGT-2 (PALMER et al., 2021).

Não obstante, a análise dos efeitos colaterais por uso indiscriminado se faz necessária, já que o principal objetivo é o bloqueio reabsorção da glicose no túbulo renal, resultando em um aumento da excreção de glicose, e consequentemente, níveis mais baixos de glicose na corrente sanguínea (SINGH; KUMAR, 2018). E estudos recentes evidenciam que é possível desenvolver infecções do trato urinário e genital, câncer, fratura óssea, amputação de membros inferiores, e cetoacidose diabética. Portanto, é preciso conscientização, e um melhor entendimento da utilização de bloqueadores da SGLT2 (SINGH; KUMAR, 2018b).

Por fim, é notório que a escolha do tratamento medicamentoso depende prontamente de uma avaliação de custo-benefício. Urge, portanto, o questionamento dos potenciais riscos e benefícios dos antidiabéticos inibidores de SGLT-2 no tratamento da obesidade, que será discutido neste trabalho, por meio de uma revisão integrativa afim de elucidar os riscos-benefícios que essa aplicação terapêutica pode trazer no tratamento de pessoas obesas, considerando também o risco envolvido na automedicação dentro desse contexto.

  1. MATERIAL E MÉTODOS

Propõe-se um estudo de revisão integrativa da literatura acerca dos benefícios e malefício do uso dos antidiabéticos da classe de inibidores de SGLT-2 no tratamento da obesidade, onde as buscas serão realizadas na base de dados PubMed a partir das palavras chaves “antidiabetic” e “weight” e “reduction”.

Serão selecionados artigos de acesso gratuito, do tipo Ensaio Clínico Randomizado, Revisão Sistemática e Metanálise, publicados entre os anos 2018 e 2022 (últimos 5 anos), escritos nos idiomas inglês, português e espanhol.

A análise dos dados será feita a partir da leitura crítica dos artigos incluídos visando responder à pergunta de pesquisa.

3. REFERÊNCIAS

COLL, A. P. et al. GDF 15 mediates the effects of metformin on body weight and energy balance. Nature, v. 578, n. 7795, p. 444, 20 fev. 2020.

GROUP, D. P. P. R. Reduction in the incidence of type 2 diabetes with lifestyle intervention or metformin. The New England journal of medicine, v. 346, n. 6, p. 393, 7 fev. 2002.

KIETAIBL, A.-T. et al. New Diabetic Medication Sodium-Glucose Cotransporter-2 Inhibitors Can Induce Euglycemic Ketoacidosis and Mimic Surgical Diseases: A Case Report and Review of Literature. Frontiers in surgery, v. 9, 24 mar. 2022.

VIGITEL, BRASIL. Vigilância de fatores de risco e proteção para doenças crônicas por inquérito telefônico. SVS/Ministério da Saúde 2020

NERES, M. D. S. S.; NETTO, P. A.; GUSMÃO, R. J. V. A liraglutida no tratamento da obesidade. Faculdade Unida De Campinas-Facunicamps Curso De Graduação Em Farmácia Milena Santana Neres. Goiânia: FacUNICAMPS., 2019.

PALMER, S. C. et al. Sodium-glucose cotransporter protein-2 (SGLT-2) inhibitors and glucagon-like peptide-1 (GLP-1) receptor agonists for type 2 diabetes: systematic review and network meta-analysis of randomised controlled trials. The BMJ, v. 372, 13 jan. 2021.

PI-SUNYER; F. XAVIER. Effects of Overweight and Obesity on Running Mechanics in Children. Medicine and science in sports and exercise, v. 53, n. 10, p. 2101–2110, 1 out. 1999.

POULSEN, S. B.; FENTON, R. A.; RIEG, T. Sodium-glucose cotransport. Current opinion in nephrology and hypertension, v. 24, n. 5, p. 463, 1 set. 2015.

SINGH, M.; KUMAR, A. Risks Associated with SGLT2 Inhibitors: An Overview. Current drug safety, v. 13, n. 2, p. 84–91, 27 fev. 2018a.

SINGH, M.; KUMAR, A. Risks Associated with SGLT2 Inhibitors: An Overview. Current Drug Safety, v. 13, n. 2, p. 84–91, 27 fev. 2018b.

WHO. Obesity and overweight. Disponível em: <https://www.who.int/news-room/fact-sheets/detail/obesity-and-overweight>. Acesso em: 20 abr. 2022.


  1. Professor Doutor do curso de Medicina da Faculdade de Medicina Unieuro –, joaquim.neto@unieuro.edu.br.

    2 Acadêmico(s) do 1º período do curso de Medicina da Faculdade de Medicina Unieuro –, judi58826@unieuro.com.br.↩︎

Submitted by29 Jun 2022
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