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O Papel da Cirurgia Plástica na Formação da Identidade e Autoestima

10/11/2023| By
Camila Camila Souza,
+ 4
Maria Luiza Maria Luiza Nobrega
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Abstract

A percepção de si mesmo desempenha um papel central na construção da identidade e autoestima de um indivíduo, uma concepção que remonta a Freud em 1923. Essa percepção está intrinsecamente ligada ao corpo e mente, e essa conexão persiste ao longo do desenvolvimento humano. Contudo, o avanço da mídia e das tecnologias de aprimoramento estético digital recentemente moldou novos padrões de beleza, impactando profundamente a qualidade de vida da população. Aplicativos de edição de fotos permitem correções que antes eram consideradas imperfeições naturais, levando muitas pessoas a buscar procedimentos estéticos para atingir os ideais de beleza propagados nas redes sociais. (POMBO et al, 2022) O problema de pesquisa abordado nesta investigação é a relação entre cirurgia plástica estética e bem-estar psicológico. Especificamente, compreender as motivações subjacentes à busca por procedimentos cirúrgicos para alterar a aparência física e avaliar como essas escolhas impactam nas relações interpessoais, autoestima, e na imagem que o indivíduo tem de si mesmo. ( VAZ et al, 2023) A justificativa para este estudo se baseia nas sérias consequências para a saúde mental resultantes da pressão social e dos padrões de beleza propagados principalmente nas redes sociais, que vêm demonstrando ser uma grande propagadora da beleza irreal. A insatisfação com a aparência pessoal tem desencadeado transtornos depressivos e de ansiedade, principalmente entre mulheres, além de comportamentos alimentares prejudiciais. Compreender essa relação é fundamental para avaliar o impacto psicológico da busca por procedimentos estéticos e, ao mesmo tempo, explorar como a cirurgia plástica reconstrutora pode melhorar a qualidade de vida de indivíduos que enfrentaram traumas ou deformidades físicas. ( ASSIS et al, 2022 ) A hipótese central é que a cirurgia plástica estética tem o potencial de melhorar a autoestima das pessoas, contribuindo para uma melhor aceitação de sua própria aparência. Acredita-se que, em determinados casos, a cirurgia plástica pode desempenhar um papel positivo na saúde mental, reduzindo a insatisfação com a imagem corporal e elevando a autoconfiança. Além disso, espera-se que a cirurgia plástica reconstrutora seja eficaz na melhoria da qualidade de vida de pacientes que passaram por traumas ou têm deformidades físicas. Reconhecemos, no entanto, a necessidade de uma análise mais profunda para entender completamente essas complexas relações. (ASSIS et al, 2022; VAZ et al, 2023).

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Centro Universitário Euro-Americano, Medicina, Iniciação Científica IV

Camila Souza

Gabriella Reis

Júlia Matos

Luiza Sales

Luiza de Santes

Maria Luiza de Ornelas

O Papel da Cirurgia Plástica na Formação da Identidade e Autoestima

Distrito Federal, Brasília , setembro de 2023.

Camila Souza, Gabriella Reis, Júlia Matos, Luiza Sales, Luiza de Santes, Maria Luiza de Ornelas

O Papel da Cirurgia Plástica na Formação da Identidade e Autoestima

Projeto de pesquisa

apresentado na Unidade Curricular Iniciação Científica

IV, Curso de Medicina do Centro Universitário Euro-Americano

Distrito Federal, Brasília , setembro de 2023.

SUMÁRIO

  1. INTRODUÇÃO…………………………………………………………….

  2. OBJETIVO…………………………………………………………………

2.1. Geral

2.2. Específicos

  1. REFERENCIAL TEÓRICO………………………………………………..

  2. MÉTODOS…………………………………………………………………

4.1. Delineamento do estudo

4.2. Área e população de estudo

4.3. Critérios de inclusão e exclusão

4.4. Fonte de dados

4.5. Variável de estudo

4.6. Instrumento de coleta de informações, criação e manejo da base de dados

4.7. Atividades de campo

4.8. Análise dos dados

  1. ASPECTOS ÉTICOS………………………………………………………

  2. RECURSOS/ORÇAMENTO………………………………………………

  3. PLANO DE TRABALHO E CRONOGRAMA DE EXECUÇÃO………..

  4. REFERÊNCIAS……………………………………………………………

  5. APÊNDICE………………………………………………………………..

  6. ANEXOS………………………………………………………………….

  1. INTRODUÇÃO

A percepção de si mesmo desempenha um papel central na construção da identidade e autoestima de um indivíduo, uma concepção que remonta a Freud em 1923. Essa percepção está intrinsecamente ligada ao corpo e mente, e essa conexão persiste ao longo do desenvolvimento humano. Contudo, o avanço da mídia e das tecnologias de aprimoramento estético digital recentemente moldou novos padrões de beleza, impactando profundamente a qualidade de vida da população. Aplicativos de edição de fotos permitem correções que antes eram consideradas imperfeições naturais, levando muitas pessoas a buscar procedimentos estéticos para atingir os ideais de beleza propagados nas redes sociais. (POMBO et al, 2022)

O problema de pesquisa abordado nesta investigação é a relação entre cirurgia plástica estética e bem-estar psicológico. Especificamente, compreender as motivações subjacentes à busca por procedimentos cirúrgicos para alterar a aparência física e avaliar como essas escolhas impactam nas relações interpessoais, autoestima, e na imagem que o indivíduo tem de si mesmo. (VAZ et al, 2023)

A justificativa para este estudo se baseia nas sérias consequências para a saúde mental resultantes da pressão social e dos padrões de beleza propagados principalmente nas redes sociais, que vêm demonstrando ser uma grande propagadora da beleza irreal. A insatisfação com a aparência pessoal tem desencadeado transtornos depressivos e de ansiedade, principalmente entre mulheres, além de comportamentos alimentares prejudiciais. Compreender essa relação é fundamental para avaliar o impacto psicológico da busca por procedimentos estéticos e, ao mesmo tempo, explorar como a cirurgia plástica reconstrutora pode melhorar a qualidade de vida de indivíduos que enfrentaram traumas ou deformidades físicas. ( ASSIS et al, 2022 )

A hipótese central é que a cirurgia plástica estética tem o potencial de melhorar a autoestima das pessoas, contribuindo para uma melhor aceitação de sua própria aparência. Acredita-se que, em determinados casos, a cirurgia plástica pode desempenhar um papel positivo na saúde mental, reduzindo a insatisfação com a imagem corporal e elevando a autoconfiança. Além disso, espera-se que a cirurgia plástica reconstrutora seja eficaz na melhoria da qualidade de vida de pacientes que passaram por traumas ou têm deformidades físicas. Reconhecemos, no entanto, a necessidade de uma análise mais profunda para entender completamente essas complexas relações. (ASSIS et al, 2022; VAZ et al, 2023).

  1. OBJETIVO

2.1 Geral

O presente trabalho possui como objetivo a compreensão efetiva do impacto da realização de cirurgia plástica na autoestima. Busca compreender a relação perante cirurgia plástica e autoimagem. Ratificando, a complexidade das diversas esferas da vida impactadas pela realização de tais procedimentos cirúrgicos, principalmente, o âmbito psicológico.

2.2 Específicos

A pesquisa possui como objetivo específico, a investigação da justificativa e das motivações pelo aumento da procura por cirurgias plásticas, especialmente pelo público feminino. Como forma de suprir demandas vinculadas à autoestima, melhora da saúde mental, e melhor aceitação da autoimagem. Além disso, busca relacionar a procura de procedimentos estéticos em razão do padrão de beleza imposto pela sociedade. Conjuntamente,a insatisfação com a aparência social, está vinculada a transtornos psicológicos que apresentam um fator de melhora, após a realização da cirurgia plástica.

  1. REFERENCIAL TEÓRICO

A exclusão social, a influência dos padrões de beleza exigidos pela mídia, e os sentimentos de autocobrança são fatores estressores que atuam contribuindo para o surgimento de uma sensação de insatisfação com a própria imagem. Surge, portanto, como um reflexo disso, a busca incessante por um corpo ideal, capaz de se encaixar em ideais imaginários de beleza, e suprir padrões impostos pela sociedade. Cada vez mais pessoas escalonam a prática de procedimentos menos invasivos - como mudanças na alimentação, e realização de exercícios físicos- até os mais invasivos, como, finalmente, a prática de uma cirurgia plástica, como medidas efetivas de melhorar a sua relação com sua autoimagem. (ASSIS et al, 2022)

A ávida busca por procedimentos estéticos cirúrgicos, justifica-se pelo seu resultado rápido, principalmente quando realizados de forma segura e efetiva. O Brasil é o país que mais efetua procedimentos estéticos, superando os Estados Unidos que liderou o ranking por muitos anos. Os procedimentos cirúrgicos estéticos mais realizados no mundo são: prótese de mamas (15,3%), lipoaspiração do abdômen (13,9%), blefaroplastia (11,9%), lipoescultura (9,1%) e rinoplastia (8,2%). (Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica, 2023)

Tal quantitativo se vincula pela complexa motivação da busca pela cirurgia plástica para aperfeiçoamento estético, com fim de impactar a qualidade de vida. Enquanto diversas mulheres buscam lutar pelas determinantes impostas pela ditadura da beleza social, muitas ainda procuram os procedimentos estéticos cirúrgicos como maneira de se autoafirmar. A influência obtém fator importante para tal motivação. Diversas vezes, mulheres se tornam mais influenciáveis ao terem amigas e familiares que já realizaram cirurgias plásticas, e obtiveram melhora na autoestima por meio das mesmas, tornando-se mais um alvo suscetível a realização do procedimento cirúrgico. (ASSIS et al, 2022).

A construção do processo de autoimagem é abstrato. Dotado por influência de diversas esferas da vida, e das relações interpessoais de cada indivíduo. A criação da identidade sofre influência do contexto em que cada um está inserido, principalmente de normas e determinantes sociais. Muitas vezes, passíveis de pressionar o indivíduo a se encaixar em determinado contexto, influenciando-o e alterando seu comportamento. A identidade, portanto, carrega consigo, uma marca, referente ao processo de sujeição às normas sociais. (POMBO et al, 2022).

A presença das mídias sociais no cotidiano das pessoas representa fator determinante na influência da autoestima de milhares de brasileiras ao longo dos últimos anos. Os termos “plástica”, “reconstrução” representam as palavras chaves mais pesquisadas entre os anos de 2012 e 2016 no twitter. A intensa busca e pesquisa por procedimentos cirúrgicos no âmbito digital ratifica a capacidade de influência que tais mecanismos exercem na vida das pessoas. (CHOPAN et al, 2019)

A apreciação da beleza na sociedade é maleável e pode evoluir de acordo com as práticas culturais e a interação social, incluindo a influência das redes sociais. Pesquisas evidenciam que o uso regular das redes sociais pode resultar em expectativas irreais em relação à imagem corporal, um aumento considerável na preocupação com a aparência e o desenvolvimento de ansiedade. Ademais, a interação com as mídias sociais podem agravar a insatisfação com a imagem corporal, o vício em plataformas de redes sociais e as condições comórbidas do transtorno dismórfico corporal (TDC), tais como depressão e distúrbios alimentares. (LAUGHTER et al, 2023)

O Transtorno Dismórfico Corporal (TDC) é classificado como um distúrbio neuropsiquiátrico, e sua origem envolve uma interação complexa de fatores biológicos e psicológicos. Pesquisas têm mostrado que a influência da predisposição genética e da disfunção neuroquímica afeta a manifestação deste transtorno, assim como a importância dos fatores individuais na história dos pacientes. Além disso, avanços significativos na área de neuroimagem têm permitido uma compreensão mais profunda das alterações anatômicas do cérebro em pessoas com TDC, evidenciando as conexões entre disfunções cerebrais e os sintomas observados. (VAZ et al, 2023)

No quinto Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM-5), o Trastorno Dismórfico Corporal (TDC) é a única categoria de diagnóstico que trata diretamente da preocupação com a imagem corporal. Esse transtorno se caracteriza por uma preocupação excessiva e irracional com um ou mais defeitos ou imperfeições na aparência física, frequentemente não visíveis ou percebidos sutilmente por outras pessoas. Além disso, o TDC é marcado por comportamentos repetitivos que causam sofrimento clinicamente relevante. Esses comportamentos não podem ser explicados por preocupações normais com a aparência, como peso ou forma corporal, podendo ser percebidos em diferentes graus. O TDC é mais comum entre pacientes que consideram cirurgias plásticas, muitas vezes impulsionados pela busca de um padrão inatingível. Apesar de ser uma contraindicação relativa para a realização de procedimentos estéticos, o paciente com TDC representa um desafio para cirurgiões devido a alta insatisfação pós cirúrgica, pois se trata de uma desordem mental. (BONINI et al, 2021)

A percepção exagerada de supostas pequenas imperfeições físicas, características do TDC, pode influenciar as escolhas e expectativas dos pacientes em relação aos procedimentos cirúrgicos. Embora a prevalência do TDC na população geral seja relatada em torno de 0,7% a 2,4%, afetando predominantemente mulheres e sem idade média definida, há uma lacuna notável na literatura a respeito desse índice na população que procura ou se submete a procedimentos estéticos na especialidade de Cirurgia plástica. Esse cenário destaca a importância de conscientizar e avaliar criteriosamente os pacientes que buscam procedimentos estéticos, a fim de identificar potenciais casos de TDC e fornecer tratamento adequado quando necessário. Deve-se tomar cuidado para garantir que a saúde mental do paciente e as expectativas realistas sejam atendidas antes de qualquer intervenção cirúrgica. Uma abordagem multidisciplinar envolvendo psiquiatria pode ajudar a otimizar os resultados para aqueles com distorções corporais. (BONINI et al, 2021; COELHO et al,2017)

De acordo com as estatísticas divulgadas pela Sociedade Internacional de Cirurgia Plástica Estética (International Society of Aesthetic Plastic Surgery) em 2019, observou-se a realização de 53.998 procedimentos estéticos em adolescentes com idades iguais ou inferiores a 18 anos. Especificamente, a rinoplastia despontou como o procedimento mais frequente entre essa faixa etária, mas também se observa um crescimento em outros procedimentos como lipoaspiração, prótese mamária e lipoplastia glútea. Além da complexidade associada à realização de procedimentos cirúrgicos em indivíduos cujos corpos ainda estão em fase de desenvolvimento, também há o risco elevado de complicações. Esse crescimento na realização de cirurgias plásticas feitas por menores de idade é uma consequência direta das redes sociais e da influência exercida por famosos, que vendem uma imagem inalcançável repleta de estereótipos muito distante da realidade, fazendo com que jovens a busquem de forma incessante, podendo até desenvolver problemas psicológicos e sociais. (NUNES et al, 2022)

Portanto, diante da presente discussão, é possível analisar que a prevalência do número de cirurgias plásticas aumentou nos últimos 10 anos, e isso pode ser observado por causa dos diversos fatores que fazem uma pessoa procurar uma cirurgia estética. Tais determinantes são representados em três pilares principais, que são: As características do paciente, o entorno geral do paciente e o desenvolvimento e acessibilidade da área médica. Ou seja, conclui-se que além de fatores psicológicos, e influência da mídia, também pode se citar fatores culturais, de personalidade relacionados ao aumento de centros estéticos e cirurgiões plásticos no mundo. Todos esses são fortes contribuintes no processo de influência no processo de aceitação da autoimagem. (GHADEER et al, 2021)

8. REFERÊNCIAS

AL GHADEER, H. A. et al. Impact of Self-Esteem and Self-Perceived Body Image on the Acceptance of Cosmetic Surgery. Cureus, v. 13, n. 10, 16 out. 2021.

ASSIS, P. R. DE; SOUSA, C. V. E; LUNA BATINGA, G. Ditadura da Beleza: Corpo, Identidade Feminina e Cirurgias Plásticas. Revista Organizações em Contexto, v. 18, n. 35, p. 77–97, 16 maio 2022.

BONINI, L. M. de M.; NAVASCUÉS RODRIGUES, T. .; FARAH FLORES, C. .; LONGUINE DE ANDRADE SILVA , B. .; DIMAN PEREIRA, L. .; LEANDRINI ROSSATO , R. Cirurgia plástica estética: entre o paciente real e o paciente com transtorno dismórfico corporal. RECIMA21 - Revista Científica Multidisciplinar - ISSN 2675-6218, [S. l.], v. 2, n. 9, p. e29707, 2021.

CHOPAN, M. et al. Plastic Surgery and Social Media. Plastic and Reconstructive Surgery, v. 143, n. 4, p. 1259–1265, abr. 2019.

COELHO, F. D. et al. Esthetic plastic surgery and (in) satisfaction index: a current view. Revista Brasileira de Cirurgia Plástica (RBCP) – Brazilian Journal of Plastic Sugery, v. 32, n. 1, p. 135–140, 2017.

LAUGHTER, M. R. et al. Psychology of Aesthetics: Beauty, Social Media, and Body Dysmorphic Disorder. Clinics in Dermatology, v. 41, n. 1, mar. 2023.

NUNES, Mariana Freitas. Cirurgias Plásticas Estéticas em Menores de Idade. Revista Jurídica Luso-Brasileira, ano 8, n. 2, p. 1319-1348, 2022.

POMBO, M.; BIRMAN, J. PSICANÁLISE, PRECARIEDADE E IDENTIDADE NA ATUALIDADE. Psicologia em Estudo, v. 27, 1 jun. 2022.

SOCIEDADE BRASILEIRA DE CIRURGIA PLÁSTICA. ISAP GLOBAL STATISTICS. Acesso em: 05 de novembro de 2023.

VAZ, S. R.; RODRIGUES, M. C.; NASCIMENTO FILHO, F. H. W. de M.; ALMEIDA, T. A. C. de; MORAES, N. F. de. Cirurgia Plástica e a Autoestima: Uma Análise do Impacto de Cirurgias Estéticas sobre a Autoimagem do Paciente. Revista Ibero-Americana de Humanidades, Ciências e Educação, [S.l.], v. 1, n. 1, p. 188-199, 2023.

Submitted by10 Nov 2023
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